Professores, parem de dizer “Não estou nisso pelo dinheiro”

Todos nós já ouvimos isso. Sempre que alguém reclama do salário de professor, meia dúzia de professores revira os olhos e diz, ‘’eu não estou nessa profissão por dinheiro’’.

Não me entendam mal, este assunto é interessante.

Quando um professor diz que não é professor por causa do dinheiro, ele está insinuando que talvez o resto de nós sejamos mercenários que nós tornamos educadores por causa da garantia dos salários e do glamour de ser professor.

Eu não sei, talvez haja algumas pessoas que começaram a ensinar porque pensaram que seria uma maneira segura de tocar a vida decentemente, com uma agenda incrível de feriados e duas férias durante o ano. Porém as estatísticas mostram que metade dos professores que iniciam sua carreira, desistem nos primeiros cinco anos, então presumo que suas expectativas não foram correspondidas em algum momento.

Mas a maioria de nós se tornou professor porque amamos ensinar, porque nos sentimos chamados a ensinar e não há nenhum outro trabalho e não há nenhum lugar que nos traga a alegria que encontramos em uma sala de aula, sendo assim merecemos ser remunerados de uma forma digna.

E toda vez que um professor menos comprometido com a carreira diz, ‘’não estou nisso pelo dinheiro’’, ele está entrando em um sistema que ‘’aceita’’ professores abaixo da média, se submetendo a salários abaixo da média.

É preciso definitivamente entender que a profissão de professor, não é um trabalho voluntário e nem tem nada tem a ver com ser monge, ou missionário.

Ensinar não é um hobby, é uma carreira para qual treinamos e nos preparamos arduamente durante anos e para tanto necessitamos ser tratados como profissionais que somos e precisamos acima de tudo nos respeitar como profissionais.

Certamente sempre existiu e sempre existirão profissionais que são bem remunerados, podemos até mesmo afirmar que são ricos, assim como do outro lado da balança, existem aqueles que sempre reclamam dos salários, da falta de reconhecimento da falta de oportunidade, e a única coisa que os unem, é que intimamente cada um sabe porque ocupa o lado da balança onde está.

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